A indústria brasileira de mineração teve, em 2021, seu melhor ano na história, batendo recordes de faturamento. O setor foi favorecido pelos altos preços das commodities metálicas, como minério de ferro, cobre, ouro e alumínio e pelo câmbio, pois é um grande exportador.

A expectativa para 2022, no entanto, é de um cenário de acomodação, com preços ajustados a patamares mais baixos em relação aos picos e de demanda sob pressão, principalmente do maior consumidor de commodities do mundo, a China.

Neste cenário, o minério de ferro foi uma das commodities que mais se destacou em 2021, primeiro pela disparada nos preços e depois pela forte correção, chegando a saltar dos US$90/ton para US$230/ton ao longo do ano.

A China consome mais da metade de todo minério de ferro produzido no mundo, sendo o maior produtor de aço. A dinâmica dessa commodity está fortemente relacionada à atividade industrial no país. Além disso, com o avanço de vacinação e perspectiva de retomada das economias, a demanda aqueceu em outras regiões, como EUA, Japão e Europa, e o efeito cumulativo da forte produção de aço e elevada demanda de ferro nas diferentes regiões do mundo fez com que o preço disparasse.

Com o preço disparado, o governo chinês começou a fazer interferências no mercado, que geraram uma série de incertezas sobre o nível de preços e demanda no curto prazo, levando a uma forte correção das cotações. Além disso, há sinais de desaceleração do ritmo de atividade econômica da China, com o PIB trimestral e a produção industrial crescendo em um ritmo mais lento, reduzindo o consumo de aço e afetando a demanda de minério de ferro, com retração das importações e elevação dos estoques, contribuindo para a acomodação dos preços. As compras de minério de ferro pela China devem começar a se normalizar após as Olimpíadas de Inverno, também impulsionadas por um arrefecimento da crise energética que afetou o país no segundo semestre de 2021.

Na Europa e EUA, entretanto as demandas devem continuar aquecidas, cujas projeções são de crescimento em 2022 superiores a antes da pandemia. Recentemente foi aprovado um pacote de infraestrutura nos Estados Unidos, o que deve sustentar a demanda de aço aquecida nos próximos anos.

Do lado da oferta, espera-se um incremento em volumes, principalmente com o plano da Vale de retomada da capacidade produtiva, desde o acidente em Brumadinho, de atingir 400 milhões de toneladas por ano. As oscilações das cotações de minério de ferro devem reduzir e o preço médio deve ficar em US$95 por tonelada, bem abaixo dos US$160 em média de 2021.

O cobre, por sua vez, tem grandes expectativas para 2022. Os preços atualmente em ascensão refletem a forte demanda na China, a recuperação global em andamento e interrupções no fornecimento de alguns metais. Em 2021, os preços de cobre, estanho e minério de ferro atingiram o máximo de 10 anos. Olhando à frente, o pacote fiscal de infraestrutura proposto pelo presidente Biden nos Estados Unidos e a transição energética global para a descarbonização trarão impactos de demanda e preços diferenciados entre commodities. O grande pacote de infraestrutura do presidente Biden favorecerá as energias renováveis, associadas ao uso de veículos elétricos e baterias. As matérias-primas necessárias para baterias e motores de veículos elétricos – lítio, terras raras – já estão vivendo uma euforia de mercado. O cobre, por suas propriedades de conduzir eletricidade, tende a ser usado 4 ou 5 vezes mais em carros elétricos que em carros movidos a derivados de petróleo.

A mineração tem se mostrado cada vez mais como um setor resiliente e que está respondendo positivamente ao esperado para um ambiente complexo e de diversos riscos. Porém, apesar da perspectiva positiva, o setor deve atentar para a necessidade de adaptação aos impactos causados pela pandemia no longo prazo e para o papel da mineração na transição para um futuro de energia limpa. A conversão para energia renovável e eletrificação são fundamentais para o futuro da energia limpa do mundo. A dinâmica da demanda da mineração está mudando à medida que uma nova gama de commodities é procurada. O setor precisa se planejar estrategicamente.

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